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[LIVRO] "A encenação de romances no teatro contemporâneo"

Está em processo de editoração o livro "A encenação de romances no teatro contemporâneo: Aderbal Freire-Filho (Brasil) e João Brites (Portugal), oriundo da Tese de Doutorado homônima defendida no Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da Unirio em 2012 e indicada ao Prêmio Capes de Tese em 2013.

A pesquisa propõe um exame teórico-analítico de espetáculos contemporâneos que encenam romances literários e seus processos de construção cênica, tendo como objetos de estudo o trabalho do brasileiro Aderbal Freire-Filho e do português João Brites. Investiga, portanto, um teatro de ordem narrativa que escolhe como matéria cênico-dramatúrgica obras à priori destinadas à leitura individual e silenciosa, transportando-as para a linguagem verbal, sonora e visual do teatro, em que o ator é o eixo principal da comunicação dessa textualidade com o espectador.

A escolha dos objetos empíricos possibilitou o reconhecimento das relações histórico-culturais entre Brasil e Portugal, a partir de seus encenadores, que apresentam de imediato algumas interseções: são contemporâneos, irmanam-se pelo gosto pela palavra e pela língua portuguesa, apresentam quase a mesma idade e têm ainda como aproximação o tempo de carreira e uma atividade produtiva e criativa de intenso fôlego, principalmente por desenvolverem simultaneamente o gesto da dramaturgia e da encenação. São encenadores que têm como princípio o trabalho em coletivo, ainda que Freire-Filho tenha uma larga carreira como encenador convidado de outros artistas e grupos, a quem costuma oferecer essa ética de trabalho. Ambos também investem na reflexão de suas práticas e poéticas cênicas, seja por meio de entrevistas, artigos publicados em jornais e revistas, programas de espetáculos e a participação em colóquios, conferências, seminários e produção intelectual.

Nara Keiserman, atriz, diretora, professora e pesquisadora de um teatro narrativo, aponta as qualidades do referido trabalho: “A escrita do autor dialoga com o leitor. É como se o pegasse pela mão e com carinho e sabedoria o levasse nessa viagem pelo narrativo que se processa para ‘presentificar a vida’, para ‘iluminar os caminhos da existência’. No Epílogo e no Prólogo, sua própria trajetória de artista cênico que se assume em vários aspectos investigativos e de criação, rezando o mesmo credo de Aderbal Freire-Filho e João Brites. Posso dizer que o autor fez sua pesquisa em interesse próprio – como todas deveriam ser.”.

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